Presidente do México lamenta e reprova decreto assinado por Donald Trump que autoriza muro na fronteira com os Estados Unidos
O presidente do México, Enrique Peña Nieto, lamentou na última quarta-feira, 25, o decreto assinado pelo presidente americano Donald Trump autorizando a construção do muro na fronteira entre os dois países. Em um vídeo publicado no Twitter, Peña Nieto prometeu defender os imigrantes mexicanos no país vizinho e reafirmou que não pagará pela obra.
“Lamento e reprovo a decisão dos Estados Unidos de continuar com a construção de um muro que há anos, distante de nos unir, nos divide. O México não acredita nos muros. Já disse várias vezes, o México não pagará por nenhum muro”, declarou o presidente mexicano no vídeo.
Em resposta às ações de Trump, Peña Nieto ordenou que 50 consulados mexicanos nos Estados Unidos reforcem suas medidas de proteção para garantir a defesa dos direitos dos imigrantes no país. “Nossas comunidades não estão sozinhas. O governo do México fornecerá assessoria legal, que lhes garanta a proteção necessária”, disse o presidente.
Logo após a assinatura do decreto americano, políticos mexicanos da oposição classificaram o ato como uma “ofensa” e “hostilidade” à soberania mexicana, e pediram uma resposta rápida de Peña Nieto, além do cancelamento do encontro com Trump previsto para a próxima terça-feira, 31. O presidente mexicano não se referiu ao encontro no vídeo divulgado no Twitter.
A medida de Trump para reforçar a segurança fronteiriça ocorre em um momento em que o México toma iniciativas para dialogar sobre o novo rumo da relação com os Estados Unidos. O chanceler, Luis Videgaray, e o ministro da Economia, Ildefonso Guajardo, já estão em Washington negociando a visita de Peña Nieto.
Na quarta-feira, Videgaray afirmou à imprensa mexicana que a reunião com Trump segue confirmada, mas destacou que os dois governos mostram, neste momento, disposições muito diferentes para fazer acordos. “É um dia de contrastes”, declarou o chanceler.