Mais caminhões e funcionários foram adquiridos e contratados para dar conta de atender a demanda até a chegada do Carnaval
Mara Cirino
Mais de 54,3 mil toneladas de lixo gerado. Esse é o volume esperado de produção nas quatro cidades do Litoral Norte para este período de temporada de verão. Para enfrentar essa montanha que será deixada por moradores e, em especial turistas, as prefeituras da região prepararam esquemas especial de coleta com contratação de mais funcionários e aquisição de veículos. Horários de passagem dos caminhões também foram alterados em alguns municípios.
Como não há aterro sanitário na região, as cidades de Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba precisam enviar seus lixos para municípios do Vale do Paraíba. O custo médio do transbordo gira em torno de R$ 60 milhões por ano em função da tonelada transportada.
Nos nove meses fora da temporada de verão a média de produção na região é de 90,5 mil toneladas, sendo o maior volume observado na cidade de Caraguatatuba, que também tem a maior população fixa. Ela também segue a tendência durante a temporada quando a estimativa da prefeitura é que só no Revéillon sejam gerados 3 mil toneladas e de janeiro a março sejam recolhidas quase 15 mil toneladas de lixo, de uma média de 54,3 mil para todo o litoral.
Para dar conta da demanda, o número de caminhões coletores de lixo passou de oito para 12, sendo que os veículos circulam pelas regiões Central, Sul e Norte das 5h às 14h e das 16h às 0h20.
Após a coleta, o lixo é transportado até o município de Tremembé. Para fazer o transbordo serão utilizadas seis carretas cavalo e 13 caçambas. O custo para coleta de lixo é de R$ 90,53 por tonelada e o transporte do lixo custa R$ 155,08 por tonelada.
Em Ilhabela, a estimativa da prefeitura é que nessa temporada sejam produzidas em torno de 1 mil toneladas de lixo contra 760 mensais ou 28 por dia. No ano passado, nos dias próximos ao Réveillon o pico foi de 100 toneladas por dia.
Para garantir a coleta do lixo orgânico, haverá mais um caminhão disponibilizado pela empresa Peralta, chegando a cinco no total. No arquipélago, a coleta é dividida em resíduos orgânico, recicláveis e podas. A Prefeitura dispõe de uma estação de transbordo para o lixo orgânico. No local, o material é colocado em carretas que fazem diariamente o transporte até o município de Tremembé. O transbordo do lixo custa R$ 187,41 por tonelada.
Durante a temporada de navios, que vai até 18 de abril, há coleta noturna na Vila. E até 5 de janeiro, a coleta também será reforçada com mais um caminhão para a coleta de recicláveis e nos finais de semana.
R$ 5 milhões em investimento
Para enfrentar a demanda de produção de lixo, a Ecopav, empresa responsável pelo serviço em São Sebastião, investiu em torno de R$ 3 milhões entre caminhões e caçambas. Além da nova frota foram investidos ainda mais R$ 2, 5 milhões em manutenção e recuperação dos equipamentos já existentes, totalizando um aporte financeiro de R$ 5,5 milhões.
Atualmente a cidade conta com 26 caminhões, sendo quatro que ficam de reserva; mais de 200 caçambas, além de 300 pessoas trabalhando diretamente na coleta. No início de dezembro foram entregues seis com capacidade para 19 metros cúbicos, e outros seis para 15 metros cúbicos, num total de 12 para a nova frota, que aumentará a capacidade de coleta em 30 toneladas/dia.
O diretor Administrativo e Financeiro da Ecopav, Daniel Taboada, ressalta que o atendimento à demanda em São Sebastião obriga a empresa a maiores investimentos, por conta da geografia do município. Um exemplo, segundo ele, é o tempo que se gasta de um ponto a outro, sobrecarregando a frota, o que é agravado na alta temporada, quando os caminhões chegam a ficar cerca de oito horas no trânsito em apenas um trajeto.
O prefeito Ernane Primazzi aproveita a oportunidade para pedir a colaboração da população. De acordo com ele a responsabilidade de uma cidade limpa é de todos. “Não vamos conseguir uma cidade em ordem se as pessoas não cooperarem, colocando seu lixo no horário correto nas ruas”, frisou.
De acordo a prefeitura, fora da temporada são coletados, em média, 10 toneladas de lixo/dia, chegando a 250 na temporada. De janeiro a setembro já foram coletadas mais de 32 mil toneladas de lixo, sendo aproximadamente 27,9 mil toneladas de lixo orgânico e 4,1 mil toneladas de lixo reciclável. A Prefeitura investe cerca de R$ 22 milhões/ano na coleta de lixo e tanto este valor, quanto consequentemente a pesagem, sofre uma majoração devido as diferenças de peso. Hoje, o valor por tonelada é de R$ 250,68. Estima-se que até o final do ano o volume total ultrapasse as 42,5 mil toneladas no total entre orgânico e reciclável.
Na alta temporada os volumes chegam ao seu ápice, sendo mais de 5,6 mil toneladas em janeiro e mais de 3,4 mil toneladas em fevereiro de lixo orgânico e respectivamente 681,99 e 469,21 toneladas de reciclável em janeiro e fevereiro.
Treinamento
Quem também investiu em veículo para atender a coleta foi a empresa Sanepav, responsável pela coleta em Ubatuba que adquiriu veículos novos e modernos para auxiliar no período que promete ser o mais movimentado de todos os tempos. Para essa temporada são 20 veículos ante os oito de tradicionalmente fazem a coleta na cidade.
De acordo com o encarregado da Sanepav, Arnaldo de Carvalho Junior, inclusive, os funcionários passaram por preparo técnico e prático e treinamento de direção econômica e melhor desempenho para os veículos novos, enquanto aos coletores tiveram treinamentos de uso correto de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e segurança no trabalho. Atualmente são 42 coletores e 13 motoristas Fora da temporada, são coletados no município cerca de 80 toneladas de lixo/dia. Já na temporada esse número sobe para uma média de 180 toneladas/dia, chegando a 280 toneladas nos dias de pico de número de turistas, como no feriado de Revéillon. Todo material coletado é transportado até o transbordo, local apropriado e licenciado e, depois segue para Tremembé.